Enquanto o número de indústrias do setor têxtil e de vestuário brasileiro cresceu 14,7% (entre 2008 e 2012) e o número de empregados apenas 0,2%, Santa Catarina elevou o número de estabelecimentos em quase 18% e o de trabalhadores em 5,4%. É essa tendência de crescimento acima da média nacional que aponta a possibilidade do Estado se tornar o principal polo de tecidos e confecções do país. Os dados constam no Relatório Setorial Santa Catarina Têxtil 2013, apresentado nesta terça (18) na reunião da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Têxtil, do Vestuário e do Calçado da Federação das Indústrias (FIESC).
Segundo o diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI, responsável pelo estudo), Marcelo Prado, Santa Catarina é hoje o segundo principal polo do país, atrás de São Paulo. Mas pode tornar-se líder nos próximos cinco anos, se mantidas as taxas de crescimento.
“O Estado está crescendo acima do país em função de seu maior grau de organização e integração de seus elos produtivos. Isso gera um grau de eficiência muito grande na produção”, avalia. Além disso, em sua opinião, o fato do Estado ter maior número de grandes e médias empresas no setor ajuda na competitividade, já que essas indústrias têm mais condições de investir, de agregar valor e de realizar atividades de inteligência de mercado.
O Estudo também mostra que o setor de têxtil e vestuário catarinense também tem se destacado na produção de confeccionados (9,6%, contra 1,3% no país), de fabricação de têxteis (0,6%, enquanto o Brasil caiu 6%), e no aumento no valor da produção de confecções (31% em Santa Catarina e 29,3% no nacional).
Apesar do desempenho superior, o setor também possui desafios a serem superados. Por isso a reunião também discutiu a criação da frente parlamentar da indústria têxtil na Assembleia Legislativa (Alesc), com a presença do deputado estadual Jean Kuhlmann, cuja intenção é canalizar as demandas do setor. Na opinião do presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Têxtil, do Vestuário e do Calçado, Sérgio Pires, o setor enfrenta dificuldades inerentes a outros setores, como a logística, mas também é diretamente afetado pelo custo da energia elétrica.
“Além disso, para o Estado continuar crescendo é preciso ajudar o empresário a entender melhor os comportamentos de moda. Diversas empresas estão crescendo a taxas muito superiores ao PIB por terem essa capacidade”, destaca Pires.