‘Demanda’ e ‘mercado’ influem na produção de tamanhos G e GG, dizem marcas

‘Demanda’ e ‘mercado’ influem na produção de tamanhos G e GG, dizem marcas

A suposta demanda incipiente por números maiores do que 44 e uma alegada dificuldade em adequar o modelo de negócio das grifes à produção em larga escala desses tamanhos são fatores que, segundo estilistas, limitam a variedade de modelos oferecidos nas lojas.

Procurados pela reportagem, os estilistas Reinaldo Lourenço e Gloria Coelho foram os únicos a atender aos pedidos de entrevista.

Coelho, que cobra 30% a mais para fazer peças da sua linha de festa sob medida, diz não esquecer “as mulheres especiais” –que usam tamanho GG– e que produz modelos pensando nelas.

“Entretanto, a faixa em que a minha clientela se concentra [de 15 a 30 anos] não usa números maiores do que 44. Por isso, não dá para fazer vários modelos acima disso.”

E acrescenta: “Acredito que, para as outras marcas, talvez não seja bom negócio produzir tamanhos maiores também. Suas roupas, mais justas e curtas, não se encaixariam num padrão grande”.

Lourenço, que também oferece peças sob medida com acréscimo de 20% no preço, diz que cada marca tem seu padrão de medidas. “Eu, por exemplo, já percebo que as minhas clientes procuram números maiores. Na próxima coleção, vou oferecer opções acima do G”, afirma.

O estilista apoia o movimento atual em favor da normatização de medidas: “Seria bom entender o corpo da mulher brasileira para ter um referencial sobre o corpo para o qual criamos”.

A Iódice limitou-se a dizer por e-mail que algumas linhas da marca, como a de jeans, oferecem tamanhos maiores. Além disso, informou que a “experiência de mercado” mostra que o consumo de peças acima de 46 é menor nas lojas de São Paulo, o que explicaria a baixa oferta de números grandes.

Procurada, a Abest (Associação Brasileira de Estilistas) disse não ser seu papel comentar a normatização.

Assim como a Iódice, a Ellus apontou a baixa demanda como razão para não oferecer peças femininas no tamanho GG –e poucas no G. Por e-mail, a assessoria explicou que era comum sobrarem peças desses moldes e que, por uma questão de “adaptação de mercado”, deixou de produzir modelos GG.

A assessoria de imprensa da Forum Tufi Duek e de Alexandre Herchcovitch disse que os estilistas não poderiam falar por estarem no exterior. Já a Osklen alegou indisponibilidade de agenda do estilista Oskar Metsavaht.

fonte: Folha

 

 

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